Em busca de foco

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Há dias que as atividades do cotidiano não se desenvolvem normalmente e perdemos o tempo acudindo os detalhes e os pequenos imprevistos. Nestas condições é comum perdermos o foco. Muitas vezes a solução está diante de nossos olhos e, no entanto, não conseguimos enxergá-la, porque os detalhes tomam a frente. O melhor então é parar e se reorganizar. Pode parecer que não há ligação entre o que pensamos e aquilo que vivemos, mas, certamente, se não podemos ver essa conexão, podemos sentir seus reflexos, e é justamente nesse dia que ficamos embaralhados, que ela é mais visível. Parar alguns minutos, respirar fundo, reencontrar o foco e as motivações iniciais. Vale para a vida profissional, para os relacionamentos, para a educação de nossos filhos.

A vida não é sempre um mar de rosas, mas se pudermos evitar ficar enrolados nos cabelos das pernas já teremos dado um passo enorme para uma vida simples, descomplicada e feliz. Administrar a própria vida é como dirigir um carro, não se pode dar espaço para a dúvida,  e o melhor treinamento é começar se perguntando o que quer. Bastam duas opções, sim ou não, para que se defina uma escolha. É claro que se optarmos por não escolher seremos sempre vítimas das circunstâncias, e entre ser ativo e passivo a escolha é individual. Não há como colocar na cabeça do outro, o que ele deve desejar. Uma vez definido o foco, as dificuldades continuarão a aparecer, mas a disposição para enfrentá-las e dominá-las será outra. Nem sempre acertaremos, mas também não erraremos sempre. Importante mesmo é ter consciência de que temos um papel ativo e não de meros espectadores da vida e, principalmente, que não desistimos dela.


Escrevendo parece fácil. Se fosse realmente, nem precisaria ser escrita. Não existem regras fixas para viver. O que se pretende é despertar nos indivíduos a responsabilidade por seus atos, a fim de que possa levar, o mais próximo possível, uma vida de retidão, de equilíbrio. No pensamento disciplinado está a possibilidade de romper barreiras mentais e penetrar um campo de possibilidades para mudanças e um nova vida. Além disso, é necessário trazer para a realidade o poder de adaptação.  A sociedade não titubeia em queimar ilusões que representem uma ameaça à manutenção do poder. A aventura do pensamento não tem limites, não coloca em risco um movimento de sabedoria pura e impulsiona o debate, porque não teme a controvérsia, porque nada é estranho à sua natureza ilimitada. Mundo e humanidade podem ser analisados com inteligência e bom humor e mesmo os exageros podem ser compreendidos como manifestações óbvias das limitações da liberdade humana.

 

A motivação é outro ponto a ser ponderado. O que é concreto, palpável, pertence à Terra. Se o motivo de nossas vidas se prende às conquistas e aos conceitos sociais equivocados, perdê-lo significará perder a própria vida. Então, é fundamental  a necessidade de buscar conteúdos internos para fundamentar nossos objetivos. Hora que, normalmente, nos esbarramos no limite da fé. A crença em um deus que é pai, provedor e corretor, tende a levar a pessoa a um estado de passividade, de espera em “alguém”, de um ser superior que vai resolver todos os problemas e evitar que qualquer mal nos aconteça. Basta dar uma olhadinha ao redor para perceber que não é bem assim. Há uma lógica envolvendo a relação entre Deus e o homem, que certamente não se baseia naquilo que conhecemos. E quando buscamos Deus fora de nós mesmos, nos isolamos desse contato. A visão limitada não só impede o ser humano de se comunicar com o sutil,  mas  tinge de cinza as cores da vida. Há que admitir, no entanto, que, às vezes, a relação com Deus é complicada. Uma tênue linha separa a realidade da imaginação.  Um mundo pequeno, que gira em torno de si mesmo (como o movimento de rotação da Terra) pode custar uma vida inteira sem qualquer aproximação.  No exemplo do Universo, a Terra também se movimenta ao redor do Sol.

 

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