Liderança começa com autoconhecimento

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Não há como abordar o tema liderança sem que o ser humano seja o elemento principal. Assim,  tentar conceituar a liderança é analisar de forma profunda os líderes, suas motivações, seus comportamentos, seus objetivos, ou seja, liderança é uma qualidade da pessoa. É a arte de comandar outras pessoas, atraindo seguidores e influenciando comportamentos e mentalidades. Abordamos este assunto em outro artigo e concluímos que, por aglutinar, motivar, identificar habilidades, o líder esbarrará sempre na questão ética. Também aqui a dualidade é expressa e visível. Alguns autores falam de liderança autocrática – uma pessoa que tem habilidades de líder, mas ainda não se aperfeiçoou o suficiente para confiar em si mesmo e nos outros. Liderança é, portanto, um comportamento que pode ser educado, exercitado e aperfeiçoado.

O tempo e a vida moderna exigem novas definições, novas nomenclaturas,  enfim, pequenas alterações – que não mudam a essência do conceito – para manter em funcionamento as engrenagens das organizações.  Assim, incorporou-se ao tema, uma palavra que tem origem na área militar, derivada do grego “strategor”,  que inicialmente significava a “arte do general” ou o conjunto de manobras de que o líder do exército usava para derrotar seu inimigo. Na década de 60, a palavra foi importada pela área de gestão, para significar as “manobras” que as organizações devem executar para vencer no mercado. Com a agregação da estratégia, a liderança se tornou uma habilidade mais ampla, à medida que se torna necessário influenciar não apenas seus subordinados, mas também seus pares e superiores.

De acordo com José Roberto Marques, do Instituto Brasileiro de Coaching, “cabe ao líder garantir que o resultado almejado pelo indivíduo esteja relacionado com os objetivos estratégicos da organização, reconheça o valor do indivíduo e responda a este valor com oportunidade e desafios adequados”. Trazendo isto para nossa instituição e lembrando que o foco estratégico não consiste em derrotar concorrentes/inimigos – que não sejam nós mesmos – mais uma vez afirmamos que a ética é fundamental nesta escola de líderes conscientes e responsáveis de seus papéis e ideais de justiça e perfeição.  No trabalho intenso de autoconhecimento e aprimoramento que desenvolvemos, poderemos despertar a habilidade da liderança, já que ela pode ser desenvolvida e treinada. Um líder é exemplo. As pessoas se espelham nele, buscam seus conselhos, porque transmite confiança. É admirado por sua postura correta, madura e consciente.


 

Neste processo é de fundamental importância identificar nossa motivação. Sonhamos apenas com cargos? Ou entendemos que a ocupação deles nos remete ao serviço? Individualmente estamos de acordo com a missão institucional?  Toda nossa motivação tem referência em nosso comportamento individual. A motivação correta, neste caso, não é apenas a perseguição de um sonho pessoal, mas o resultado de nossos estudos, de nosso interesse em aprender coisas novas, em adquirir outros conhecimentos, em conhecer diferentes culturas. Por isso precisamos estar atentos para dar sempre o melhor que temos,  exercitar nosso corpo e mente.  Muitas vezes temos as virtudes adormecidas em nossa consciência e ninguém pode determinar o tempo que levamos para desenvolver em nós o altruísmo, o respeito, a tolerância, o amor, a doação integral ao outro sem nada esperar em troca. Virtude não se adquire em aulas e palestras, mas em um trabalho árduo de compreensão. O exercício da tolerância, a responsabilidade e o compromisso que assumimos pelos nossos próprios atos, e a persistência são habilidades tão necessárias quanto desenvolver nossa liderança. Primeiro temos que edificar a nós mesmos, lapidar a pedra bruta para,  só então, servirmos de espelho.